A escleroterapia consiste numa técnica minimamente invasiva para a remoção de pequenas veias “indesejadas”, designadas telangiectasias e veias reticulares, vulgarmente conhecidas por derrames ou aranhas vasculares.
Estas veias tipicamente têm uma aparência do tipo pequenos ramos de árvore ou em teia de aranha, apresentam uma coloração vermelha, violácea ou azulada, são subcutâneas (encontram-se mesmo por baixo da pele) e localizam-se em “clusters” podendo cobrir pequenas ou grandes áreas de pele. A sua localização mais tipica e frequente é na face externa das coxas e pernas.
Os derrames e veias reticulares podem ser causados por fatores hereditários, fatores hormonais, gravidezes, obesidade, aumento da idade, entre outros. As mulheres são cerca de 4x mais afetadas que os homens. Também podem ser causadas pela presença de Doença Venosa Crónica subjacente, correspondendo ao primeiro estadio clínico das suas manifestações, sendo mandatória uma avaliação ecográfica (com ecodoppler) de todo o sistema venoso de ambos os membros inferiores antes de se realizar a escleroterapia, pois pode ser necessário considerar outro tipo de intervenção complementar antes da escleroterapia cosmética propriamente dita.
ANTES E DEPOIS
Imediatamente após uma sessão de escleroterapia, são aplicados pensos hemostáticos nos locais de injeção, é aplicada uma meia de compressão elástica na perna tratada, e é recomendado ficar cerca de 10 minutos em posição deitada. Após este período não é recomendável mais repouso, muito pelo contrário, recomenda-se caminhar pois a contração muscular durante a deambulação promove a circulação venosa, redirecionando o sangue para as veias vizinhas saudáveis e prevenindo o refluxo venoso nas veias tratadas, que diminui a eficácia do tratamento.
Pelo mesmo motivo, o uso das meias de compressão elástica imediatamente após a sessão de escleroterapia e por um período de pelo menos 1 semana é mandatório, pois a compressão externa conferida pelo uso das meias não só melhora o retorno venoso e diminui o refluxo, aumentando a eficácia do tratamento, como também acelera o desaparecimento das veias durante as semanas seguintes e minimiza o risco de aparecimento de complicações, nomeadamente de hiperpigmentação.
Os doentes podem retomar as atividades da vida diária / profissionais logo após o tratamento, conforme tolerância, com exceção de exercício físico vigoroso (do tipo ginásio ou desporto) que deve ser evitado por 2 a 3 dias. Não necessita de trazer acompanhante pois estará apto para conduzir de volta a casa/trabalho imediatamente após a sessão de escleroterapia.
Cuidados a ter nas primeiras 48horas após sessão de escleroterapia:
- Se tiver dores, tomar um analgésico que não seja anti-inflamatório (como o paracetamol);
- Evitar tomar tomar anti-inflamatórios (como aspirina, ibuprofeno, nimesulida, entre outros)
- Tomar banho com água tépida (evitar água quente);
- Evitar ambientes muito quentes (como piscinas, saunas);
Deverá usar as meias de compressão elástica diariamente por pelo menos 1 semana, idealmente durante 2 semanas, podendo retirá-las apenas para dormir. Nem todas as meias elásticas comercialmente disponíveis em Portugal são adequadas para este procedimento, pelo que as meias que deverá adquirir ser-lhe-ão prescritas pelo Cirurgião Vascular na sua consulta de avaliação inicial.
Deve fazer caminhadas diárias (a contração muscular durante a deambulação melhora o retorno venoso e diminui o refluxo, o que aumenta a eficácia do tratamento).
Evitar exposição solar direta das áreas tratadas por um período de cerca de 4 semanas (pois aumenta o risco de hiperpigmentacação das áreas tratadas).
Sim, a escleroterapia pode ter efeitos secundários mas que na sua grande maioria são considerados leves e temporários (desaparecendo em poucas horas a dias).
Os efeitos secundários mais comuns são:
- Ligeiro desconforto nas áreas tratadas (dor/ardor ligeiro, comichão);
- Sufusão hemorrágica e rubor no local da injeção e/ou no trajeto das veias tratadas;
- Hiperpigmentação: coloração acastanhada no trajeto das veias tratadas, que vai desaparecendo gradualmente;
- “Matting”: aparecimento de derrames avermelhados, muito finos (<1mm) nas áreas circundantes à zona tratada;
- Caroços/durões no trajeto das veias de maior calibre, que podem demorar alguns meses a desaparecer.
Mais raramente pode ocorrer reação alérgica ao agente esclerosante, formação de pequenas escaras/úlceras no local da injeção e trombose venosa profunda (inchaço/edema súbito da perna tratada, associado a dor difusa forte no membro).
A Escleroterapia é cobrada por sessão e por membro.
Antes da realização da Escleroterapia, terá de agendar uma Consulta de Especialidade com o nosso Cirurgião Vascular, o Dr. Gonçalo Rodrigues, para que este possa realizar a sua avaliação clínica e imagiológica inicial e apresentar-lhe o seu plano de tratamento. O orçamento ser-lhe-á facultado após esta consulta de avaliação.
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