A disfunção erétil (DE) é uma condição que afecta milhares de homens em Portugal, sendo muitas vezes vivida em silêncio devido ao estigma associado. Esta condição consiste na dificuldade persistente em atingir ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória. Apesar de ser mais comum com o envelhecimento, pode ocorrer em qualquer idade e estar ligada a diversos fatores físicos e psicológicos.
Segundo o Prof. Dr. Nuno Tomada, diretor do The BOY Institute by MS Medical Institutes, “a disfunção erétil é frequentemente o reflexo de uma saúde global comprometida — cardiovascular, hormonal, neurológica ou emocional. O nosso papel é abordar a causa e não apenas o sintoma”.
Causas mais comuns da disfunção erétil
- Doenças cardiovasculares: Problemas na circulação sanguínea podem impedir o fluxo adequado para o pénis.
- Diabetes mellitus: Pode danificar os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção.
- Desequilíbrios hormonais: Níveis baixos de testosterona estão associados a menor desejo sexual e dificuldades erécteis.
- Ansiedade e depressão: Fatores psicológicos são, em muitos casos, o gatilho ou o perpetuador do problema.
- Medicação e consumo de substâncias: Alguns antidepressivos, anti-hipertensores, álcool ou drogas recreativas podem contribuir.
Felizmente, a medicina evoluiu significativamente e hoje existe uma variedade de opções terapêuticas, desde abordagens psicológicas até técnicas avançadas de medicina regenerativa.
Psicoterapia: Quando a mente interfere no corpo
Em casos onde a causa é predominantemente emocional ou relacional, a psicoterapia, particularmente a terapia sexual, pode ser extremamente eficaz. O Dr. Nuno Tomada refere que “trabalhar o eixo mente-corpo é essencial. Não adianta tratar só o físico se a ansiedade de desempenho continuar presente”.
A terapia ajuda a identificar bloqueios emocionais, melhorar a comunicação com o(a) parceiro(a) e recuperar a autoconfiança sexual.
Medicina regenerativa: Uma nova era no tratamento da DE
Um dos avanços mais promissores dos últimos anos é a medicina regenerativa, que visa restaurar os tecidos e funções naturais do pénis. Isto inclui:
- Terapia com ondas de choque de baixa intensidade
- Fatores de crescimento derivados do plasma (PRP)
- Células estaminais e nanofat
“O nosso foco é devolver a funcionalidade ao pénis de forma duradoura, respeitando a fisiologia do paciente. Com a medicina regenerativa, conseguimos resultados significativos, especialmente em homens com disfunção moderada”, explica o Prof. Dr. Nuno Tomada.
Injeções intracavernosas
Para os casos mais resistentes, as injeções intracavernosas como o Caverject (alprostadil) oferecem uma solução eficaz e rápida. A substância é administrada diretamente no corpo cavernoso do pénis, promovendo uma ereção independentemente do estímulo sexual.
Apesar do desconforto inicial com a técnica, muitos pacientes relatam bons resultados quando outros tratamentos falham. A sua utilização deve ser sempre orientada por um especialista.
Cirurgia de prótese peniana: Uma solução definitiva
Quando todos os outros tratamentos falham, a cirurgia para colocação de uma prótese peniana pode devolver ao paciente a capacidade de ter ereções consistentes. Existem vários tipos de próteses, incluindo as maleáveis e as hidráulicas, que permitem um maior controlo.
“É um procedimento que transformou vidas. Muitos pacientes recuperam a autoestima e uma vida sexual ativa depois de anos de frustração”, afirma o Prof. Dr. Nuno Tomada.
Conclusão
A disfunção erétil não deve ser vista como um fim, mas como um sinal de que algo no organismo — ou na mente — precisa de atenção. Com uma avaliação correta e acesso a tratamentos personalizados, é possível recuperar a saúde sexual e melhorar significativamente a qualidade de vida.
Se sofre de disfunção erétil, não hesite em procurar ajuda especializada. Como conclui o Prof. Dr. Nuno Tomada:
“Há sempre uma solução. O primeiro passo é deixar de sofrer em silêncio.”